O que é Folclore:
Folclore é o conjunto de tradições e manifestações populares constituído
por lendas, mitos, provérbios, danças e costumes que são passados de geração em
geração.
A palavra tem origem no inglês, em que "folklore" significa
sabedoria popular. A palavra é formada pela junção de folk(povo)
e lore (sabedoria ou conhecimento).
O folclore simboliza a cultura popular e
apresenta grande importância na identidade de um povo, de uma nação. Para não
se perder a tradição folclórica, é importante que as manifestações culturais
sejam transmitidas através das gerações.
Em sentido
figurado, a palavra "folclore" é usada com o
significado pejorativo de "mentira", "invenção", designando
algo fantasioso. Também se refere a determinadas características pitorescas
relacionadas com uma pessoa, um acontecimento, um lugar, etc.
Personagens do Folclore Brasileiro
O Brasil
é dono de um rico folclore, resultado da junção de culturas e tradições de
diferentes povos, com destaque para o indígena, africano e europeu.
Desta
forma, surgiram diversas histórias mitológicas que envolvem seres e criaturas fantásticas
que há séculos assombram e maravilham os brasileiros.
Confira
alguns dos personagens mais populares do folclore nacional, assim como as
principais características de suas respectivas lendas.
Iara
Também conhecida por Uiara ("senhora
das águas", na língua tupi-guarani), esta é a personagem da famosa lenda da Mãe D'Água, uma das mais
representativas do folclore brasileiro.
A lenda
da Iara conta que esta é uma criatura metade mulher e metade peixe (uma espécie
de sereia), que habita os rios da região amazônica.
A Mãe
D'Água é descrita como tendo os cabelos negros, compridos e uma voz
hipnotizante. De acordo com a lenda, Iara emite um som tão agradável que todos
os homens ficam atraídos.
Lenda da Iara
A
história tradicionalmente transmitida pelos indígenas diz que Iara era uma bela
jovem e todos os seus irmãos sentiam inveja de sua beleza.
Além de
extremamente bonita, Iara também era uma guerreira muito corajosa. Assim, a
única solução que seus irmãos encontraram para se livrar de tamanha inveja seria
matar a jovem.
Mas, Iara
consegue matar os seus irmãos primeiro. Consequentemente, Iara foge para não
ter que sofrer com a punição do seu pai, o pajé da tribo. Mas este acaba por
encontrá-la e como punição, lança a filha ao rio.
Os peixes salvam Iara, transformando-a em sereia. Assim, a índia
começa a usar a sua beleza e sedutora voz para atrair os homens ao fundo do rio, matando-os
afogados.
Ainda
segundo a lenda, o homem que tem a "sorte" de escapar da maldição da
Iara, fica louco. Apenas um poderoso pajé teria a capacidade de fazer a pessoa
voltar ao seu estado normal.
Originalmente,
as primeiras histórias sobre a lenda da Iara narrava a personagem como um
homem, chamado de Ipupiara.
Este tritão tinha a fama de devorar os pescadores da região. Apenas a partir do
século XVIII que, supostamente, a lenda da Iara ganhou a versão que é popular
atualmente.
Saci-Pererê
O
Saci-Pererê é descrito como um menino negro que tem apenas uma perna, usa um
gorro vermelho e está sempre com um cachimbo na boca.
O Saci é conhecido
por ser muito brincalhão. Entre as suas principais travessuras as mais
conhecidas são:
·
fazer a comida queimar;
·
trocar o sal pelo açúcar;
·
fazer tranças no rabo dos cavalos;
·
assoviar para assustar animais e pessoas;
Outra
personagem bastante popular do folclore nacional. O Saci-Pererê é descrito como
um menino negro que tem apenas uma perna, usa um gorro vermelho e está sempre
com um cachimbo na boca.
O Saci é
conhecido por ser muito brincalhão. Entre as suas principais travessuras as
mais conhecidas são:
·
fazer a comida queimar;
·
trocar o sal pelo açúcar;
·
fazer tranças no rabo dos cavalos;
·
assoviar para assustar animais e pessoas;
·
esconder objetos domésticos, etc.
Apesar de
ser caracterizado por ter esses comportamentos, o Saci-Pererê não costuma ser
violento, de acordo com as principais lendas.
O Saci-Pererê é um personagem tão marcante no cenário folclórico
brasileiro, que foi criada uma data comemorativa exclusiva para ele: 31 de
outubro, o Dia do Saci. Está é tida como uma alternativa ao Halloween, com o
propósito de fazer os brasileiros celebrarem a riqueza do folclore nacional.
Lenda do Saci-Pererê
As
primeiras histórias sobre essa criatura surgiram nas tribos indígenas do sul do
Brasil. Na época, o Saci era retratado como uma espécie de pequeno diabo, com
duas pernas, cor mulata e um rabo.
A
lenda contemporânea do Saci-Pererê se originou a partir da junção de
características de vários lugares. A cor negra e a falta de uma perna é uma
influência da cultura africana, pois o Saci teria perdido o seu membro inferior
numa luta de capoeira, segundo a história. O gorro vermelho, no entanto, é uma herança das tradições
europeias.
A lenda do Saci varia de acordo com a região do país, mas a
maioria das narrativas consideram o personagem como o protetor das ervas
medicinais e plantas. O Saci teria um profundo conhecimento sobre as propriedades
curativas de toda a flora brasileira.
A lenda
conta que o Saci pode ser encontrado nos redemoinhos de vento e ser facilmente
capturado se a pessoa jogar uma peneira sobre os redemoinhos. Após capturá-lo,
deve-se tirar o gorro da criatura, garantindo assim a sua obediência. Para
evitar que o Saci fuja, pode prendê-lo dentro de uma garrafa de vidro.
Os Sacis
nascem dentro de bambus, onde ficam por sete anos. Depois de adultos, vivem por
77 anos. Quando morrem, essas criaturas endiabradas se transformam em
orelhas-de-pau ou em cogumelos venenosos.
Curupira
Assim
como o Saci, o Curupira é outra personagem do folclore brasileiro que habita as
florestas e é conhecido por fazer muitas travessuras.
O Curupira é descrito como um anão de cabelos ruivos, com muitos
pelos pelo corpo e os pés virados para trás. A criatura usa essa última
particularidade como uma artimanha para enganar as pessoas, fazendo com que
fiquem presas na mata e não encontrem o caminho para casa.
Lenda do Curupira
As
primeiras narrativas sobre a lenda do Curupira são do século XVI, quando era
descrito pelos jesuítas como o "demônio que persegue os índios".
Ao
contrário do Saci, o Curupira é considerado um ser maléfico, capaz de fazer mal
às pessoas e, por essa razão, sempre foi muito temido pelos índios.
De acordo
com a lenda, o Curupira persegue as pessoas que desrespeitam a floresta, como
lenhadores, caçadores, etc. Histórias de raptos misteriosos, estupros e outros
casos de violência inexplicáveis que ocorrem nas matas costumavam ser
associados ao "demônio da floresta".
Para que
a pessoa não seja alvo do Curupira, a lenda diz que esta deve oferecer cachaça
de cana de açúcar ou tabaco, pois a criatura supostamente gosta muito de fumar
e beber.
Também
é aconselhável amarrar um cipó e esconder bem uma das pontas, uma vez que o
Curupira também é descrito como dono de uma curiosidade surpreendente. Desta
forma, a criatura passaria muito tempo entretida com o cipó e esqueceria de
atormentar a pessoa que se aventura.
Caipora
Muitas vezes confundido com o Curupira, a Caipora é outro
personagem tradicional do folclore brasileiro. A sua lenda é muito comum na
região amazônica, sendo seu nome originário a partir do tupi-guarani caapora, que significa
"habitante do mato".
Diferente do seu "primo" Curupira, a Caipora não tem os pés virados para
trás, mas também é descrita como uma criatura de pele escura,
coberta de pelos vermelhos e que anda sempre montada em um porco-do-mato.
Lenda da Caipora
Assim
como vários outros personagens folclóricos da região amazônica, o Caipora
também protege as florestas, atacando qualquer pessoa que desrespeite o seu
espaço.
A maioria
das lendas diz que a Caipora tem poderes especiais relacionados a natureza,
como controlar ou ressuscitar animais. Para proteger o seu ecossistema, a
criatura faz armadilhas e oferece falsas pistas aos caçadores para que se
percam.
A lenda
diz que a Caipora costuma agir mais intensamente aos domingos, sextas-feiras e
dias santos. Para que a pessoa possa entrar na floresta e não correr o risco de
ser pego pela Caipora, a cultura popular ensina que é precisa deixar alguns
presentes para a criatura, como fumo de corda, por exemplo.
A Caipora, no entanto, sempre foi descrita nas histórias
narradas pelos indígenas como uma entidade muito traiçoeira. Algumas narrativas
contam que este ser mitológico é canibal, capturando as suas vítimas que
servirão como sua refeição.
Dependendo
da região do país existem relatos diferentes sobre a lenda desta entidade.
Algumas histórias narram a Caipora como tendo o corpo verde, enquanto outras
consideram-na sinônimo de Curupira, ou seja, ambos seriam a mesma criatura.
Mula-Sem-Cabeça
Esta é outra personagem lendária muito popular no folclore
brasileiro. A criatura é descrita nas histórias como uma mula de cor marrom ou
preta e que solta fogo no lugar da sua cabeça.
A lenda
da Mula-sem-cabeça nasce com base nas ideais conservadoras e moralistas da
Igreja Católica, quando os relacionamentos sexuais eram proibidos antes do
casamento.
Lenda da Mula-sem-Cabeça
A origem
desta lenda é desconhecida, mas acredita-se que esteja relacionada com a
chegada dos Jesuítas e o catolicismo no país.
De acordo com a história, toda a mulher que se apaixonava
por um padre se transformava em mula-sem-cabeça. Isso porque,
antigamente, os sacerdotes eram vistos como "santos" e não como
homens. Assim, se apaixonar por um membro do clero era tido como um grande
pecado.
As
histórias populares dizem que a mulher enfeitiçada costuma se transformar em
mula-sem-cabeça às quintas-feiras. Passa a noite toda relinchando em desespero
e correndo pelas matas, matando tudo o que encontra pelo seu caminho.
A lenda
ainda diz que um dos meios de desfazer a maldição seria alguém arrancar o freio
de ferro que o animal carregava consigo nas patas. Outra alternativa para
acabar com o encantamento seria furar a criatura com algum objeto pontiagudo
para lhe tirar um pouco do "sangue pecador".
Boitatá
É descrito como uma gigantesca cobra de fogo, na maioria das
narrativas folclóricas do Brasil. O nome Boitatá é de origem tupi-guarani (mbói = cobra
| tatá =
fogo).
O Boitatá
vive nas matas e protege a floresta contra o degradamento provocado pelo ser
humano, principalmente as queimadas. De acordo com a lenda, a pessoa que olha
diretamente para um Boitatá fica cega, louca ou morre.
Lenda do Boitatá
De origem indígena, existem diversas variações da lenda do
Boitatá. O primeiro relato escrito da história data do século XVI, feito
pelo Padre José de Anchieta, onde descreve uma criatura em forma
de serpente e feita de fogo. Mas, em outras regiões do país, o Boitatá também é
descrito como um touro que cospe fogo pela boca.
Entre algumas das principais características do Boitatá está
a capacidade de se transformar num tronco em brasa, queimando quem
estiver por perto. Esta artimanha seria usada pela criatura para se vingar dos
incendiários de florestas.
Na região
nordeste, o Boitatá também é conhecido como "Alma dos Compadres e das
Comadres". Mas, neste caso, o ser místico representaria os espíritos de
pessoas malignas.
Muitas pessoas consideram a origem da lenda do Boitatá uma
tentativa primitiva de explicar o fogo-fátuo, uma reação química provocada quando
alguns compostos liberados dos corpos em decomposição entram em contato com o
oxigênio presente no ar.
Boto
A lenda
do Boto cor-de-rosa é outra das mais disseminadas na cultura popular nacional.
As histórias contam que durante as festividades do mês de junho, este
"golfinho dos rios amazônicos" se transforma em um belo homem e seduz
as jovens das cidades ribeirinhas.
Lenda do Boto
A
narrativa mais conhecida sobre a lenda do boto diz que este é um ser muito
inteligente. Durante as noites de lua cheia, principalmente durante a quadra
junina, o boto se transforma em um rapaz muito bonito e sedutor.
Vestido
todo de branco e com um grande chapéu na cabeça, o boto escolhe a virgem mais
bonita da festa para ser sua companheira daquela noite. A criatura leva a moça
para o fundo do rio, onde a engravida.
A lenda
ainda diz que o boto não consegue fazer a metamorfose completa de animal para
homem e, por isso, usa um chapéu. A criatura usa esse adereço para esconder um
buraco que tem no meio da cabeça, o que seriam as narinas do boto.
Esta lenda é muito comum nas comunidades ribeirinhas da região
amazônica para tentar justificar uma gravidez acidental, ou seja, que
aconteceu fora de um relacionamento estável.
Por isso,
se diz que quando a mulher não conhece a identidade do pai da criança, este é
"filho do boto".
Cuca
Este é
outro ser mitológico muito conhecido do folclore brasileiro. A Cuca é descrita
como uma assustadora bruxa, com garras afiadas e, em algumas versões, tem a
cabeça de um jacaré.
A popularidade deste personagem folclórico aumentou quando foi
retratada por Monteiro Lobato no clássico infanto-juvenil Sítio do Picapau Amarelo.
Lenda da Cuca
De acordo com a lenda, a Cuca gosta de sequestrar e comer as
crianças que desobedecem os seus pais. Por isso, é comum na cultura popular
brasileira contar histórias sobre a Cuca para "forçar" as crianças a
se comportarem.
Um dos
exemplos mais conhecidos é a tradicional canção de ninar:
“Nana neném que a Cuca vem
pegar, papai foi pra roça, mamãe foi trabalhar."
A origem da lenda está baseada em um ser mitológico conhecido
entre os povos da Península Ibérica (Portugal e Espanha): a Coca. Esse monstro era
descrito como um dragão que comia crianças desobedientes. A história ainda
dizia que a criatura ficava constantemente no telhado das casas, espreitando as
ações dos jovens mal-educados.
Boiuna
Também
conhecido por Cobra-Grande ou Mãe-do-Rio, o Boiuna é uma criatura popular nas
histórias folclóricas da região amazônica.
Lenda do Boiuna
O Boiuna é descrito como uma serpente de cor escura e
pele brilhante. Este animal é tão grande que é capaz de afundar embarcações,
de acordo com os contos populares. As lendas também dizem que este ser tem
o poder de provocar ilusões e de se transformar em uma mulher.
Quando o
Boiuna fica velho ele vai procurar por alimento na terra. Como não consegue
caçar em um ambiente que não está acostumado, as histórias contam que o Boiuna
recebe a ajuda de uma centopeia que tem incríveis 5 metros de comprimento.
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